A situação do Brasil é comum em países que estão registrando intensa transmissão comunitária e pressão no sistema de saúde.
Revista Imagem - Publicado em 03/08/2020 15:37
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira (3) que a “situação no Brasil continua sendo de grande preocupação”.
Ao responder pergunta em entrevista coletiva nesta sobre quais medidas o país poderia tomar para enfrentar melhor a pandemia, o diretor-executivo para emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que “muitos estados estão registrando alto número de casos diários, e o país tem média diária de 60 mil casos e mais de mil mortes”.
Para Ryan, a situação do Brasil é comum em países que estão registrando intensa transmissão comunitária e pressão no sistema de saúde. “Suprimir a transmissão comunitária é o primeiro passo. Isso só é possível com uma parceria entre governos estaduais e as comunidades”, afirmou Ryan.
“O governo precisa fazer a sua parte para detectar casos, isolá-los e rastrear contatos, criando condições para que a doença não seja transmitida facilmente. Claro que isso é fácil de falar, mas difícil de executar”, completou.
Para a OMS, países como o Brasil enfrentam um “longo caminho de saída [da crise], que requer compromisso com medidas difíceis de serem implementadas”. Por fim, Ryan afirmou que “alguns países devem dar um passo atrás e analisar o modo como estão lidando com a pandemia em seu território, avaliando se estão fazendo tudo possível para suprimir o vírus e apoiar as comunidades”.
O Brasil é o segundo país do mundo com mais casos do novo coronavírus (2,7 milhões) e mortes (94 mil), atrás apenas dos Estados Unidos. No domingo (2), o país contabilizou 25.800 novas infecções e 541 novos óbitos pelo vírus, de acordo com o Ministério da Saúde.
Mais de 18 milhões de pessoas em todo o mundo já foram infectadas pela doença, que deixou também mais de 689 mil mortos, de acordo com o monitoramento em tempo real da Universidade Johns Hopkins.
'Bala de prata'
Na mesma entrevista, o o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus, afirmou que, embora exista uma grande esperança em torno das vacinas em desenvolvimento contra a Covid-19, pode nunca haver uma "bala de prata" contra o coronavírus e que a volta à normalidade ainda deve demorar.
"Várias vacinas estão agora na fase 3 dos testes clínicos e todos esperamos que haja uma quantidade de vacinas efetivas que possa ajudar a prevenir as pessoas da infecção", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus.
"No entanto, não existe uma bala de prata no momento e pode nunca haver", completou, durante entrevista coletiva online na sede da entidade em Genebra.
Tedros pediu que todas as nações apliquem rigorosamente medidas de saúde, como uso de máscaras, distanciamento social, lavagem das mãos e testagem em massa. “A mensagem para a população e para os governos é clara: ‘Façam tudo isso’”, completou Tedros. Ele afirmou que as máscaras de proteção deveriam se tornar um símbolo de solidariedade ao redor do mundo.
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